sábado, 4 de julho de 2009

Cartas Cibernéticas

Olá Professora,

Primeiramente, parabéns pelo conteúdo deste módulo, muito rico em informação e argumentativo.


Lendo o módulo de Filosofia e Políticas educacionais e, unindo com minha experiência como professor de Inglês, posso afirmar que uma boa aula é aquela que transcende seu objetivo. Baseando minhas idéias na unidade 29, que relata o pós-modernismo, gostaria de dissertar sobre o grande desafio que é lecionar. Vivemos em uma era em que informação é conhecimento e este mesmo conhecimento amanhã será passado. A tecnologia está revolucionando e transformando o modo de viver de todas as pessoas, livros estão sendo digitalizados, lousas estão se tornando eletrônicas, CDs são MP3s, a era digital chegou e até que ponto isto é proveitoso para o ensino? Será que os atuais métodos de ensino nas escolas atraem nossos alunos de uma maneira eficaz e eficiente?

Com o avanço da tecnologia e o aumento da digitalização mais pessoas têm acesso a internet, que é a maior fonte de informação atualmente; nossas antigas enciclopédias estão ultrapassadas e pesadas. A informação é vendida de forma rápida e barata, geralmente sensacionalista, causando espanto ou certa alegria passageira. Com este acúmulo de notícias superficiais que são esquecidas de um dia para o outro, nossa auto-imagem, estudada pela psicologia, vai se tornando indefinida. Vivemos do dia-a-dia, do contemporâneo, da "globalização", de coisas passageiras que são incapazes de criar um meio. Como citado no módulo, página 274, retirado do livro Grande Sertões Veredas, "o sentido da vida não está no começo ou no fim, mas no meio do caminho"; se nos deixarmos levar pela vida, como diz o grande cantor brasileiro Zéca Pagodinho, "Deixa a vida me levar", viveremos apenas do começo e do fim.

O papel do professor vai além do ensinar, a palavra ensinar é definida pelo dicionário eletrônico Informal como: "Do latim insignare, que significa instruir sobre, indicar assinalar, marcar, mostrar algo a alguém". Eu diria que o papel do professor é mostrar a realidade, a mesma realidade que Saramago quer mostrar em seu livro "Ensaio sobre a cegueira", quando diz um dito dos "Livros dos saberes", "Se podes enxergar, veja. Se podes ver, repare". Mais uma vez, o professor transcende seu objetivo definido pela instituição.

Essa realidade deve ser mostrada através do ensino crítico, as idéias do professor devem ser expostas em suas aulas, não de uma forma ideológica, mas de uma forma opcional, fazendo do aluno um ser ativo e capaz de tomar decisões. O que estou querendo dizer é que a ideologia criada pelos meios de comunicação, principalmente pela mídia, tem de ser mostrada; e é dever da escola fazer com que isso aconteça.

A ideologia, segundo Karl Marx, pode ser considerada um instrumento de dominação que age através do convencimento (e não da força), de forma prescritiva, alienando a consciência humana e mascarando a realidade. Os pensadores adeptos da Teoria Crítica Frankfurtiana consideram a ideologia como uma ideia, discurso ou ação que mascara um objeto, mostrando apenas sua aparência e escondendo suas demais qualidades. ( Retirado do site: http://pt.wikipedia.org/wiki/P%C3%A1gina_principal )

Se não estimularmos a imaginação dos nossos alunos, o prazer de ler um livro, a beleza da arte, a origem dos problemas enfrentados hoje e os grandes heróis e pensadores que nos inspiraram a fazer coisas grandes, as classes elitistas vão aumentar cada vez mais. A escola, definida como: “Conjunto formado pelo professor e pelos discípulos.” pelo dicionário on-line “Priberam”, defini este estabelecimento de ensino ainda de uma outra forma: “Método e estilo de um autor, de um artista”. Podemos definir então que o professor é um artista, ele cria arte, o aprendizado é uma arte.

Se a maioria dos alunos, de adolescentes a jovens, não sabem argumentar sobre a vida, não sabem o que é Deus ou o que significa a vida, por que não discutirmos temas transversais em uma aula? Por que não falarmos de religião, ciência e filosofia de uma forma mais crítica? Como diz C.S. Lewis "A tarefa do educador moderno não é derrubar florestas, mas irrigar desertos.? Então, vamos fazer de nossa aula um lugar mágico, um palco onde os alunos são personagens principais capazes de transformar a realidade do seu público com suas idéias e ideais.

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