quarta-feira, 15 de julho de 2009

Da Boa Notícia à Boa Nova

by Gabriele Greggersen

Depois de anos de desfrute mais do que de pesquisa das obras de C.S. Lewis, fiquei muito feliz com essa boa notícia. Mal foi criada a editora já começa com “bolas cheias” como essa. Trata-se da Ichtus Editorial que pretende lançar até o fim desse ano sete novos títulos do autor, seis dos quais são completamente inéditos.
Tudo indica que a Editora Martins Fontes, que tinha os direitos, "foi pra Portugal e perdeu o lugar". Quando o editor me consultou pouco antes de sair a sua primeira edição das Crônicas de Nárnia (1997), apontando para uma pilha dos livros de Lewis sobre a sua mesa, qual eu recomendaria para tradução e em que ordem, imediatamente eu sugeri Till we have Faces (1956), um dos meus prediletos.
Por quê? Bem, esse livro que é dedicada à sua amada esposa, Joy, e que com certeza teve influência dela, revela toda a sua maturidade, como homem de fé, como marido e como homem das grandes histórias de todos os tempos. Difícil explicar principalmente ao cristão que nunca provou o gosto das grandes histórias, dos mitos, dos épicos, dos contos de fada, qual é esse quê. E muitos deixam de prová-lo por supor que sejam “pagãos”ou até “diabólicos”, como se o diabo fosse capaz de escrever grandes histórias...
No caso de Lewis e de muitas pessoas que viviam hermeticamente fechadas por anos para o evangelho, essas histórias é que lhes deram a pista para o retorno à maior e mais verdadeira História de todos os tempos.
Mas também conheço, pelo contrário, cristãos hermeticamente fechados a tudo que não seja explicitamente cristão: a festa junina, todo tipo de música (só se for de Bach, que era cristão, não era?), em outros tempos, até o futebol... Ou seja, toda a cultura.
A idéia de re-escrever o mito de Cupido e Psiqué já estava na mente Lewis há mais de 30 anos, desde jovem estudante ainda não converso. De forma muito semelhante a O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupas que começou com a imagem de um fauno carregando um guarda-chuva quando ainda era adolescente, essa história conta toda a trajetória de seu amadurecimento psicológico, mais do que espiritual.
E a dramática história, relatada pela perspectiva da irmã feia de Psiqué, Orual, que vem a ser uma grande e bondosa rainha, traz enormes lições não apenas sobre a psique masculina, como era de se esperar de um autor homem, mas em especial sobre a psique feminina. Orual reconta a sua história, admitindo a sua parcela de culpa na perda de sua bela irmã Psiqué para Cupido. O fim é ainda mais surpreendente e emocionante. Tenho uma amiga que já perdeu a conta de quantas vezes leu o livro e todas as vezes lhe vêm as lágrimas.
Também The Pilgrim's Regress é exemplar no papel que a literatura e a cultura em geral podem ter na vida espiritual e na cura psicológica de uma pessoa. Trata-se de uma autobiografia espiritual, a primeira obra de ficção que Lewis publicou após a sua conversão. Como esse O Peregrino “às avessas” ele dava o chute inicial a todo um legado que o consagrou não como evangelista, mas como exponencial autor cristão. Eu o considero um missionário das letras, que com sua arte, apontou para quem tivesse “ouvidos para ouvir” das sombras para a Luz da Boa Nova.

sábado, 4 de julho de 2009

Novo curso on line!!!

Cartas Cibernéticas

Olá Professora,

Primeiramente, parabéns pelo conteúdo deste módulo, muito rico em informação e argumentativo.


Lendo o módulo de Filosofia e Políticas educacionais e, unindo com minha experiência como professor de Inglês, posso afirmar que uma boa aula é aquela que transcende seu objetivo. Baseando minhas idéias na unidade 29, que relata o pós-modernismo, gostaria de dissertar sobre o grande desafio que é lecionar. Vivemos em uma era em que informação é conhecimento e este mesmo conhecimento amanhã será passado. A tecnologia está revolucionando e transformando o modo de viver de todas as pessoas, livros estão sendo digitalizados, lousas estão se tornando eletrônicas, CDs são MP3s, a era digital chegou e até que ponto isto é proveitoso para o ensino? Será que os atuais métodos de ensino nas escolas atraem nossos alunos de uma maneira eficaz e eficiente?

Com o avanço da tecnologia e o aumento da digitalização mais pessoas têm acesso a internet, que é a maior fonte de informação atualmente; nossas antigas enciclopédias estão ultrapassadas e pesadas. A informação é vendida de forma rápida e barata, geralmente sensacionalista, causando espanto ou certa alegria passageira. Com este acúmulo de notícias superficiais que são esquecidas de um dia para o outro, nossa auto-imagem, estudada pela psicologia, vai se tornando indefinida. Vivemos do dia-a-dia, do contemporâneo, da "globalização", de coisas passageiras que são incapazes de criar um meio. Como citado no módulo, página 274, retirado do livro Grande Sertões Veredas, "o sentido da vida não está no começo ou no fim, mas no meio do caminho"; se nos deixarmos levar pela vida, como diz o grande cantor brasileiro Zéca Pagodinho, "Deixa a vida me levar", viveremos apenas do começo e do fim.

O papel do professor vai além do ensinar, a palavra ensinar é definida pelo dicionário eletrônico Informal como: "Do latim insignare, que significa instruir sobre, indicar assinalar, marcar, mostrar algo a alguém". Eu diria que o papel do professor é mostrar a realidade, a mesma realidade que Saramago quer mostrar em seu livro "Ensaio sobre a cegueira", quando diz um dito dos "Livros dos saberes", "Se podes enxergar, veja. Se podes ver, repare". Mais uma vez, o professor transcende seu objetivo definido pela instituição.

Essa realidade deve ser mostrada através do ensino crítico, as idéias do professor devem ser expostas em suas aulas, não de uma forma ideológica, mas de uma forma opcional, fazendo do aluno um ser ativo e capaz de tomar decisões. O que estou querendo dizer é que a ideologia criada pelos meios de comunicação, principalmente pela mídia, tem de ser mostrada; e é dever da escola fazer com que isso aconteça.

A ideologia, segundo Karl Marx, pode ser considerada um instrumento de dominação que age através do convencimento (e não da força), de forma prescritiva, alienando a consciência humana e mascarando a realidade. Os pensadores adeptos da Teoria Crítica Frankfurtiana consideram a ideologia como uma ideia, discurso ou ação que mascara um objeto, mostrando apenas sua aparência e escondendo suas demais qualidades. ( Retirado do site: http://pt.wikipedia.org/wiki/P%C3%A1gina_principal )

Se não estimularmos a imaginação dos nossos alunos, o prazer de ler um livro, a beleza da arte, a origem dos problemas enfrentados hoje e os grandes heróis e pensadores que nos inspiraram a fazer coisas grandes, as classes elitistas vão aumentar cada vez mais. A escola, definida como: “Conjunto formado pelo professor e pelos discípulos.” pelo dicionário on-line “Priberam”, defini este estabelecimento de ensino ainda de uma outra forma: “Método e estilo de um autor, de um artista”. Podemos definir então que o professor é um artista, ele cria arte, o aprendizado é uma arte.

Se a maioria dos alunos, de adolescentes a jovens, não sabem argumentar sobre a vida, não sabem o que é Deus ou o que significa a vida, por que não discutirmos temas transversais em uma aula? Por que não falarmos de religião, ciência e filosofia de uma forma mais crítica? Como diz C.S. Lewis "A tarefa do educador moderno não é derrubar florestas, mas irrigar desertos.? Então, vamos fazer de nossa aula um lugar mágico, um palco onde os alunos são personagens principais capazes de transformar a realidade do seu público com suas idéias e ideais.

sexta-feira, 3 de julho de 2009